Eu gostava que alguém percebesse sem explicar

Divagava eu pela net, quando fui para aqui. Engraçado hoje dar de caras com um texto que podia ter sido eu a escrever. Mas não fui e não quero os louros. Engraçado hoje, porque hoje me sinto nostálgica. Me sinto de certa forma incompreendida, solitária na forma de ser. Aparentemente não totalmente. (Obviamente a cidade em questão pode ser alterada, ou não, conforme necessidade, ou não.)


Em vez de flores assim todas arranjadinhas, com aquelas plantinhas brancas a enfeitar (que por sinal, me fazem uma comichão enorme no nariz) e papel de seda a embrulhar, dêem-me papel de carta bonito, um bloco de papel especial, reciclado. Dêem-me uma carta. Ofereçam-me um pezinho de jasmim para poder pôr num vaso e deixar crescer. Não me peçam para passar a noite. Deixem-me só ficar. Digam-me que nunca me vão esquecer, mesmo que aquilo não dê em nada. Lembrem-se do bilhetinho que deixei na porta, naquela vez em que não pude ficar lá a dormir. Digam-me que me querem levar, sem maquilhagem, daqui para fora! Levem-me no eléctrico turístico por Lisboa, aquele que passa por Alfama. Comprem-me um manjerico nos Santos. Cubram-me com o vosso casaco de cabedal enorme e com um ar já gasto, fiel amigo de muitos anos.

Não quero jantares românticos. Quero um cafezinho no “Gémeos”, em Oeiras, em frente à praia e escrevam-me num guardanapo que gostam de estar ali e de ser eu a pagar. Levem uma mantinha no carro (
just in case).

2 comentários:

pacica disse...

Claro que não me importo! Pelo contrário, sinto-me lisonjeada. Bem-vinda ao meu blog :)é sempre bom saber que alguém se identifica connosco ou que gosta do que escrevemos nestes espacinhos tão nossos. Também gostei do teu, vo seguir :)*

Carol disse...

Muito obrigada! e bem-vinda :)