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Elevadores. Passagens tão temporárias e interessantes. Elevadores sempre me fascinaram, por criarem um espaço forçado de observação. Tão pequeno, mas cheio de detalhes. Quem veste o quê, quem olha para onde, quem tosse quando.
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Tive a sorte de ter uma família acolhedora, mas conheço muitos casos
em que tal não acontece. Se há coisa que aprendi foi a não julgar os
outros. Acho que não há nada mais precioso na vida do que aprender com a
individualidade de cada um. Talvez seja por isso que tenha conseguido
ser tão bem sucedido tanto em Hollywood como em Silicon Valley.
E, apesar de ser gay, ajudei a criar imagens que marcaram o mundo.
Imagens que inspiraram adultos e crianças a acreditarem num mundo
melhor. Um mundo em que dois robots se podem apaixonar, ou dois
escuteiros se podem conhecer em crianças e viver juntos a vida inteira,
ou um mundo em que um astronauta encontre um melhor amigo num simples
cowboy. Sem falar de um rato que pode cozinhar… Estes não existem na
verdade, mas transmitem um ideal de um mundo em que eu acredito ser
possível viver. Em que cada pessoa é como é, e em que cada um de nós tem
a oportunidade de trazer algo mágico às pessoas que se cruzam na nossa
vida.
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E entretanto vou criando outros mundos imaginários. Que muito provavelmente irão fazer sorrir os filhos, netos ou bisnetos do José António Saraiva."
Afonso Salcedo
1 comentário:
Uma resposta grandiosa e sem pudores.
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