E repensar as provas de ciclismo?

O atleta quer vencer, sempre. Qualquer atleta em qualquer nível. Os outros são desportistas que tiram gozo de uns passeios, de umas corridas, de umas regatas. Um atleta ambiciona o pódio, o lugar do meio do pódio e é para isso que treina dia após dia, com sol, chuva, nevoeiro, ao frio, sozinho ou acompanhado. É por isso que deixa de estar com família, amigos, é por isso que destroi o corpo e espera que ele se recupere (competição ou alta competição não dão saúde). Há quem queira depois vencer a todo e qualquer custo. Mas os atletas, até os de topo, são humanos e não é possível estar sempre a acresentar exigências físicas para melhorar o espectáculo e ter mais patrocinadores e mais dinheiro e esperar que o atleta, mesmo que ele seja superior à média dos humanos, consiga cumprir etapa após etapa e recuperar para que em cada dia, depois de 200, 400, 600 km, se supere e supere e supere... Quando os príncípios e valores são ou estão distorcidos acontecem situações como esta:

"...he (Lance Armstrong)  had even looked up the word “cheat” in the dictionary once to find out the exact meaning. He found it to be “gaining an advantage on a rival or foe” and convinced himself that he was not cheating because he considered cycling to be a level playing field then, with all the top riders using drugs."

Admitiu sim, mas porquê? Não sei se foi por se sentir culpado ou por querer acabar com o doping ou se mais provavelmente tentar que lhe reduzam a pena (está banido para sempre de competir em provas internacionais que estejam ao abrigo do World Anti-Doping Code e provas olímpicas e quer competir em provas de triatlo). Só ele saberá.. mas a consciência, essa parece nem lhe pesar "Winfrey asked him if he ever felt his doping was wrong, and he answered no, and then added that he realized that was scary.".

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