Leva-me, não de volta, mas de novo para esse lugar. Esse lugar quente, onde o sol brilha, onde pouco vestimos, onde nada nos preocupa. Esse lugar só nosso, mas também de tantos outros que o partilham connosco. Um sorriso, uma gargalhada. O cheiro a mar. O sabor a sal. O meu sabor. O meu calor. O nosso sol. Onde eu possa andar descalça. Onde me esqueça se é terça, se é quarta. Leva-me de novo para esse lugar, onde tudo se esbate, onde ninguém me alcança. Onde só tu me compreendes. Eu que sou tão grande, estou-me a encolher, a ficar pequenina. Dou por mim a contar os dias. As noites. As luas. As camisolas que visto. As luvas que queria calçar. Leva-me. Aquece-me. Descobre-me. Pacientemente espero por esse dia, em que nada me assustará de novo, em que de olhos fechados sigo, pois ninguém sabe o caminho melhor, ninguém irá saber melhor.