Acredito que não é por mal, na maioria dos casos pelo menos, mas o ser humano é ser de memória curta. Os peixes são capazes de ganhar, mas fossemos nós como os elefantes e duvido que assistisse repetidamente aos mesmos cenários over and over e nunca aprendesse nada. A facilidade com que nos lembramos dos outros quando não estamos bem é enorme. A facilidade com que nos esquecemos deles assim que tudo melhora ou acalma é ainda maior. Todos temos um papel na vida de alguém. De outro alguém e ainda de um outro alguém. Não obrigatóriamente o mesmo, mas ninguém se cruza por acaso. Engraçado como há pessoas que parecem existir apenas - e não digo apenas perjorativamente, antes pelo contrário - como um ponto de passagem para outros irem buscar energia, se restabelecerem e seguirem. Ganharem coragem. Ânimo. E quem dá energia a essas pessoas? Quando penso nisso, o filme que me deixa cair uma lágrima no fim sempre que o vejo, faz-me todo e mais algum sentido. Um mês é o suficiente. Mas será possível viver-se mês a mês uma vida inteira? Não. Porque afinal o elefante existe em nós e por mais que queiramos a memória não se apaga. Apenas esconde bem escondido este ou aquele sentimento, pensamento, dor ou alegria. É esse esconderijo que tão bem guardado está, que nos faz sermos o que somos. Que nos transforma e adapta ao dia a dia, que tanto nos provoca por vezes. No fim de contas queremos todos o mesmo. Ser felizes. Ser felizes e poder partilhar essa felicidade.

(era tão bonito cada um olhar para si antes de julgar o do lado,
é que fácil é falar - e julgar -, assumirmos que
por vezes também nós erramos é uma
conversa completamente diferente)

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