Do dia de ontem

Eu podia dizer que foi a primeira vez que não me cantaram os parabéns no meu dia de anos, que foi o primeiro ano que me lembro de não ter tido bolo rei, nem tão pouco bolo de anos, com ou sem velas, que não foi a primeira vez que estive sem as ovelhas de sempre, mas senti a falta delas como se tivesse sido, foi a primeira vez que passei o dia de anos a estudar afincadamente, estava a chover e a bem chover, houve quem não me ligasse, mesmo eu estando à espera que sim, apesar das 200 chamadas e 100 mensagens que recebi,tive direito a desembrulhar apenas um presente - mas muito bom - tive que arrumar a casa duas vezes e ainda cozinhar o jantar. Podia dizer isto tudo e ficaria no ar que tinha sido um dia não igual aos outros mas pior. E tal não podia ser mais errado. Tive um maravilhoso acordar, um almoço a três que me soube pela vida, não pela comida - ainda que boa - mas pela companhia, um jantar a dois mais um feito por mim, em que o menú era o meu peixe de eleição, um serão relaxante e um adormecer tranquilo, que me deu o sono que me merecia - ainda que pouco - para hoje ir debitar matéria para o exame - esperemos que tenha debitado o suficiente. Estive tranquila como há muito tempo não me lembro, não podia não adormecer feliz. E isso é bom, muito bom, isso não se dá embrulhado, por outro lado recebe-se assim, como que por magia.

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