CFP*


Sentia aquele nervoso cá dentro. Aquele mesmo que senti há quatro anos quando mudei de clube, de Lisboa para o Porto. Nessa altura custou-me porque gostava do treinador, gostava do clube. Mas tinha a confiança que vinha para um clube com melhores condições, com um treinador que esperava ser igualmente bom, embora menos experiente como treinador era um atelta olímpico ( e isso deve dar alguma experiência, não?). Foi um bom início na altura. Um clube cheio de raparigas, tripulações diferentes e variadas, competitividade e água sempre ali, à porta do clube à espera que nos sentássemos no barco e remássemos por ali acima. O tempo passou, houve quem saísse, quem se chateasse, quem continuasse. Houve títulos todas as épocas. Houve muita coisa boa e alguma má. Como em tudo. E como em tudo há alturas em que é preciso mudar. E foi isso que fiz. Mudei, mais uma vez. Procuro uma coisa nova, que me dê paz e prazer. Que me deixem remar e competir. Que me faça feliz. Serei verde! Até aqui sempre tinha sido azul (três clubes, três azuis). Agora serei verde e bem verde. Hoje foi o primeiro dia, mais virão, certamente. O bicho ainda vive dentro de mim e eu não o sei fazer desaparecer.. o melhor mesmo é alimentá-lo. Também desta vez não foi fácil mudar, embora por outras razões. Mas era o que tinha que ser. E desci até à ribeira, passei a ponte e caminhei pela Av. Diogo Leite. Sentia o nervoso cá dentro. Algo vai mudar e a calma diz-me que só pode ser para melhor. Quando se muda é sempre para melhor, pelo menos é sempre na esperança que seja para melhor.

*Clube Fluvial Purtuense, engraçado que as siglas do primeiro clube em que remei, onde comecei a remar, também eram estas. Lá fui feliz, lá fui muito feliz. Que seja um bom prognóstico!

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