Humpf

Ontem, enquanto fazia uma elíptica deslizar os pedais para a frente e para trás, dei por mim sozinha com os meus pensamentos a divagar "Bolas! É a terceira vez, desde que comecei a remar (12anos?), que sou obrigada a parar porque fui operada e volto a sempre a recomeçar". Bem sei que nenhuma das vezes estava relacionada com remo ou sequer perto. Não veio em tom de queixa. Foi só e unicamente um desabafo de mim para mim. A vida pões-nos à prova. A vida testa-nos. A nós e à nossa capacidade de sobreviver. E se por um lado nunca serei campeã olímpica, nem do mundo ou tão pouco da europa, por outro não posso deixar de pensar que sou uma lutadora. De todas as vezes que é suposto ir-me a baixo, nem tenho essa hipótese, lá vou eu. Pego nos trapinhos e começo de novo. De novo fortaleço os músculos. De novo tento ficar o mais equilibrada e simétrica que me é possível e de novo ponho mãos à obra. Ou pernas, ou seja lá o que for. E lá vou eu. Hei de ser campeã nacional, há de me ficar de novo um sabor amargo na boca, porque quero mais. Porque com a idade que tenho e os anos que aqui ando ainda não desliguei o botão. Quero sempre mais. Hei de ir lá fora remar. Mas quero mais. Sempre que páro, só penso como é que posso recomeçar, quando, como perco menos tempo de não treino para não ficar para trás? De todas as vezes quero mais e melhor e a vida prega partidas. Serei sempre uma insatisfeita, em qualquer área da minha vida, e sei que também é por isso que terei sempre o que quero, porque parar e baixar os braços não é um alternativa. A vida ensina-me a ser paciente e paciente serei. "A vida dá limões e eu peço-lhe açucar". Cheira-me que vem aí um longo e duro caminho pela frente. Nada como uma boa banda sonora!

2 comentários:

pedro b disse...

isso lembra-me que estive na semana passada no centro de alto rendimento de montemor o velho e que disse olá à beatriz gomes :)

Carol disse...

Grande atleta! :) Muito tempo passo eu nesse centro... umas vezes a treinar, outras a competir, outras a socializar...