Hoje fui buscar o pai à estação. Não me veio visitar, mas houve tempo para me dar um beijinho. Fiz-lhe um caminho diferente, pelas ruas e ruelas. Ele gostou - diz que sim pelo menos. E eu gostei de o ouvir. De o ouvir falar bem desta cidade. De ele ver as mesmas coisas que eu vejo nas mesmas ruas, nos mesmo cantos - sim mãe, devo ser mesmo igualzinha ao pai.. é verdade, impressionante, não? A vista para o Porto quando se desce a rua que ele pensava saber qual era, mas afinal não. Os mesmos prédios que não se percebem como deixaram que os construíssem. Os mesmos prédios a precisar de obras, mas que fazem a rua bonita de alguma forma. As gentes tão típicas e os turistas que se passeiam de mapa na mão. A igreja que um dia será um monumento histórico - será que já é? Não, não foi nenhuma hora a andar por aí, foram 15 minutos. Da estação até casa.
"Gostas da tua nova cidade, não gostas? Ainda te chamam moura?"
"Sim, pai."
"Vão-te chamar sempre, não vão?"
"Sim, pai."
"É de uma forma carinhosa, não é filha?"
"Sim, pai, eu prefiro pensar que sim."
E penso!
Ahh! O meu pai mudou de nome.
Foi hoje às 13h05. Agora dá-se
pelo nome de Carlos Alberto.
"Como está? É um prazer!"
1 comentário:
Gostei mesmo, meu. E gostei muito deste teu post. Uma coisa que me pareceu tão normal, tu fez dela algo único. Bem que já te disse que um dia podias escrever um livro. Ksss
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