Queima das fitas

Ontem foi uma bom dia passado por Coimbra. O sol apareceu, tivemos uns pódios, o ambiente é bom. Já houve anos bem piores. Quando cheguei a casa o N. perguntou-me se já sabia o que se tinha passado. Não fazia ideia. Assim que soube fiquei incrédula. Toda a história é um horror. Que a queima é um ambiente pesado, é (acho que nem sempre o foi, mas nem sempre fui estudante do Porto não garanto nada). Que é um bom chamariz para espertinhos fazerem mal a bêbados e outros tantos fazerem negócio "à seria", é. Agora que se vá armado, assaltar para o queimódromo já não percebo. Quem anda armado acaba por disparar, é inevitável. A morte do estudante é horrorosa. não conhecia o Marlon, esudante da FADEUP, mas se o conhecesse não me faria mais confusão (faria sim, só que nem consigo imaginar quanto). Imagino os pais, amigos, a namorada, até professores e os alunos ou atletas que tinha, o sentimento de impotência, de vazio, de querer fugir e não ter para onde ir. E pergunto, onde estamos? Para onde caminhamos? O que pensam estes seres que habitam o planeta? Não há justiça possível, não há leis que impeçam estes actos, mas deveria haver castigos severos. Para uns era metê-los num posso sem fundo, tapar e acabou-se, não faziam mal a mais ninguém.  Do outro lado, posso parecer drástica, mas só me faria sentido acabar com a queima. Ter o cortejo, os juramentos e todas essas tradições, mas a queima no queimódromo deveria acabar. Em respeito ao Marlon, mas em respeito a todos os futuros Marlons e a todas a poucas vergonhas que se passam naquele queimódromo. Metade não se fala porque não deve dar jeito a quem organiza, a quem ganha realmente dinheiro, mas acredito que este tipo de situações não podem, nem devem, passar despercebidas.

Nem de propósito, depois de escrever aqui no estaminé abro isto.  É verdadeiramente lamentáve tudo isto.

4 comentários:

Lia disse...

É todo um "jogo d€ int€r€ss€s", infelizmente... Eu concordo que devia acabar... não é por haver ou não queimódromo que se é menos finalista, menos estudante, menos tradicional.

Carol disse...

Tudo isto é uma tristeza. Infelizmente, tens toda a razão.Mas há todo um conjunto de pessoas que não vê mais do que o próprio umbigo..

Lia disse...

Só li agora esse artigo do JN. Acho que podia ter sido escrito de outra forma, mas a verdade está lá toda.

Carol disse...

É uma forma muito fria de expor as coisas. "Pão, pão, queijo, queijo". Mas acho que o objectivo era em parte chocar, se não imagino que teria sido escrito de outra maneira..